26/03/2009

MINHA QUERIDA

NINO  BELLIENY

Não se trata de mais um admirador em sua vida.É  algo mais profundo e por isso mesmo,me retiro de qualquer possibilidade de insistência como um admirador costuma fazer.Achei legal a sua educação em responder-me,a maneira elegante.Sei que não foi mais um delírio meu.Presume-se realmente que estejas acostumada a ouvir galanteios e declarações.Afinal,você não é mesmo uma  do tipo comum.Mas,não foi a beleza estonteante nem o seu sucesso que me atraíram:foi o que  senti dentro do seu olhar quando a vi pela primeira vez .Meu mundo girou.Principalmente no dia em que seus olhos brilharam molhados e  tive a certeza que ali estava uma  guerreira ,monumental em sua vontade mas,também  monumental em sua carência .Há um leve desespero em seu olhar,um pedido de carinho e ao mesmo tempo ,em suas atitudes,a negação de tudo,sendo forte,ousada e vencedora.No entanto,lá no fundo, mora uma frágil menina...perigosa menina ardente.Gosto de você.Poderia continuar sendo seu amigo de longas conversas.O amante mais caloroso.No entanto,não estou livre ,nem  agora também muito seguro de nada,simplesmente por saber que à cada vez  que o meu olhar cruzar com o seu,correrei  o risco das coisas mudarem.Deixo o meu silêncio.Nem mais afirmo a minha inteira disponibilidade para quando precisares de um amigo que não faz perguntas e vai até aonde for preciso em nome do carinho e da sede causada pela saudade.Tenho que ser duro comigo e com você.Apesar de muitas derrotas,quedas e recaídas,brigas e tantas idas e vindas ,sei que agora não mais vacilarei.Há  quem conviva conosco e nada saiba da gente e há o contrário.Resta, no entanto,o respeito, mesmo para quem nos fez mais  mal  do que bem.Nossa história de amor foi envelhecida em tonéis de carvalho,amaciada pelo tempo,curtida pela experiência de cada aventura.Pelas serpentinas do destino atravessamos bons e péssimos momentos.Tentei deixar-lhe várias vezes e em todas, lutei entre a luz e as trevas ,sonhando com o seu sabor ,seu aroma,o prazer que sempre me deu.Acabei retornando mansamente aos seus dourados braços.Desta feita,estou decidido.Querida aguardente,amada cachaça:é chegada a hora de despedir-me.A nova lei do trânsito,as constantes ressacas,os micos cometidos ,me fizeram ver que não dá mais para conviver com você..Sou fraco,reconheço,porém,agora chega!Adeus noitadas etílicas,adeus porres sensacionais.Serei um descasado de suas líquidas influências e nem seus parentes mais próximos como o whisky,a vodka,o vinho e a cerveja vão me convencer a voltar.

Adeus...antes que eu seja preso ou  o meu fígado exploda e o meu  coração arrebente,adeus!

2 comentários:

  1. Amei seu blog e mais ainda esse poema!!! Como sempre, vc sempre supera as expectativas. Bjs

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  2. Adorei seu blog e e este poema. como sempre, se superando!!! Bjs

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