24/04/2009

QUEM É VOCÊ?

Nino Bellieny

Há uma grande curiosidade sobre o outro. Quem é o outro, suas preferências sexuais, televisivas, culinárias, se gosta do amarelo, do vermelho, se come feijão com arroz, sardinha, picanha, caviar ou só arrota sabores que não digeriu. Todo o mundo quer saber a marca do whisky que o outro bebe, quanto ganha, quanto gasta,se roubou para ficar tão rico de repente, qual o preço que pagou para chegar aonde chegou e qual o preço que cobra para se vender. Indivíduos são julgados e condenados moralmente e à revelia, sem sequer saber que estão sendo linchados por uma “opinião pública”. A roupa que usa, o carro que dirige, o restaurante que freqüenta, se sai demais nas colunas, se troca muito de mulher, se troca muito de marido, se trata bem a família, se gosta ou não de crianças,se esbanja, se é mão fechada, se sorri demais, se fecha a cara, se é esnobe ou simpático, se é gente boa para uns, pode ser péssimo para outros, se...se...se... Este julgamento é diário, coletivo, individual, e o veredicto é imediato. Reputações são abaladas, por vezes destruídas, demorando bastante para que o “julgado e condenado” consiga mostrar com suas atitudes corriqueiras que foi apenas vítima e não réu. Por trás, orquestrações bem feitas, muitas vezes com apoio midiatico, revelam agentes poderosos com o único intuito de destruir algo ou alguém. Em tempo de campanha política,então,tal tribunal inquisitorial age 24 horas por dia.

Mas, estamos todos sujeitos. Principalmente os que vencem por conta própria; os que se garantem; os que lideram; os que se bastam. São os que mais atraem atenção e a sanha dos invejosos, dos fracos, capazes de só tentar desmoronar as obras alheias, sempre em bandos e alcatéias. Felizmente, para eles, existe a lei do esquecimento e da auto-derrota. E a mais forte de todas: a lei de Deus. Ou seriam abutres de difícil eliminação...

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